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Profissional de Saúde, você se Veste Corretamente?
- 18/08/2017
- Posted by: MKT
- Category: DICAS Hospitalar
Você já se perguntou alguma vez, como os seus clientes gostam de vê-lo vestido? Alguns médicos dirão que com vestimenta social e avental branco, os enfermeiros dirão que o hospital tem seu próprio uniforme, e inclusive haverá quem diga que isso realmente não importa desde que o profissional seja competente.
Na medicina, o branco é utilizado desde a antiga Grécia, onde os sacerdotes do templo de Asclépio (Deus grego da Medicina) já se vestiam com roupas dessa cor para indicar pureza espiritual.
O avental branco funciona como um símbolo de respeito, status e está associado à limpeza e à higiene. No passado, os cirurgiões usavam aventais que quanto mais sujos com sangue, maior era o prestigio entre os colegas.
Hoje, a Organização Mundial de Saúde classifica o avental ou jaleco como Equipamento de Proteção Individual (EPI) e recomenda o seu uso para proteger o profissional contra incidentes e reduzir a chance de transmissão de bactérias.
Existe controversa quando o assunto é a vestimenta ideal do profissional de saúde, sobre tudo quando ele se desloca para vários locais de trabalho ou desempenha várias funções. Porém, o que precisa ficar claro, é que os clientes sim se preocupam com a aparência e a limpeza de quem os está atendendo, mesmo que na maioria das vezes, não digam nada.
Podemos analisar o tradicional traje social, camisa, gravata e avental branco. Se você falou, gravata!? É porque com certeza já leu artigos publicados no Reino Unido que mostram que a gravata é um importante colonizador e transmissor de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Com base em vários estudos do mesmo tipo, em 2009, o Reino Unido proibiu o uso desse acessório nos hospitais e começou uma campanha para mudar a tradicional vestimenta médica, tirando também os aventais compridos, camisas manga longa e outros acessórios que contribuem com a propagação de infeções hospitalares.
Em outra pesquisa publicada em setembro de 2013, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mostrou-se a presença maciça de bactérias em jalecos médicos. Os resultados foram alarmantes: 95,8% estavam contaminados e entre as bactérias encontradas, também havia Staphylococcus aureus, principal responsável pelas infecções hospitalares. O estudo também mostrou que 90% dos estetoscópios estavam contaminados.
As evidencias existem, isso não podemos negar, porém, por que esses acessórios do vestir tradicional dos profissionais de saúde se tornaram vilões? A resposta está, certamente, na displicência que esses profissionais têm com a higiene de sua indumentária de trabalho.
Por acaso, você usa a mesma roupa íntima todos os dias? Então, por que usa o mesmo jaleco todos os dias ou o que é pior, por que usa o mesmo jaleco o dia inteiro em todos os hospitais em que trabalha e até no seu consultório particular? Da mesma forma, você lava seu uniforme, troca de calça, lava suas gravatas e limpa seus sapatos todos os dias? E quantas vezes ao dia desinfeta seu estetoscópio e outros aparelhos?
O problema evidentemente não está no que usamos, mas em como usamos a indumentária médica. Se o objetivo é impedir que os jalecos e outros objetos sirvam de fonte e veículo de transmissão de micro-organismos, deveríamos ter mais responsabilidade em cuidar melhor de nossa higiene com as roupas e acessórios que usamos dentro do ambiente hospitalar e o que levamos para fora dele, inclusive aos nossos lares.
Os padrões do visual do profissional de saúde estão estabelecidos fortemente na sociedade. Os clientes gostam de ser atendidos por alguém que se veste de acordo com sua profissão, porque isso denota respeito e transmite segurança, de extrema importância na relação profissional-paciente. Uma pesquisa realizada pelo Royal Free Hospital em 2004, em Londres, mostrou que a maioria dos pacientes prefere que os médicos utilizem jalecos.
Por tanto, as políticas e campanhas dos órgãos fiscalizadores de saúde não deveriam ser dirigidas necessariamente à proibição de usar tal ou qual vestimenta ou acessório no hospital ou fora dele, e sim à conscientização de hábitos de higiene pessoal do profissional de saúde, tendo como fiscalizadores os próprios clientes, melhorando assim a construção de confiança e segurança do paciente, e dos seus próprios familiares.
Fonte: http://www.hmdoctors.com/2013/profissional-de-saude-voce-se-veste-corretamente/